Brasil é o maior produtor mundial do setor, que tem ampliado as alternativas de fontes renováveis a partir de subprodutos como palha, bagaço, vinhaça e torta de filtro, parte sólida da filtração do caldo da cana.
Por Paula Salati, G1
17/07/2021 06h00 Atualizado há 3 horas
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As usinas de cana-de-açúcar do Brasil tiveram um papel importante na redução da emissão de gases poluentes por parte de veículos leves (carros), a partir da produção do etanol.
E, agora, elas têm a oportunidade de fazer o mesmo com os veículos pesados, como caminhões e ônibus, afirma Felipe Marques, diretor de Desenvolvimento Tecnológico do CIBiogás, instituto de pesquisa sobre energias limpas.
- Isso é possível a partir do biometano, um biocombustível que pode substituir o diesel e o gás natural. Ele é formado com a purificação do biogás, que, por sua vez, é produzido a partir de diferentes resíduos da cana: bagaço, palha, vinhaça e torta de filtro (veja mais no infográfico).
Com o biometano, o Brasil poderia suprir, atualmente, 34% do consumo anual de diesel. E o biogás é capaz de ofertar 17% do uso de energia elétrica no país em um ano.
Os dados são da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás).
O biogás e o biometano são considerados fontes de energia limpa por virem de uma matéria orgânica, o que faz com que o dióxido de carbono (CO2) emitido por eles seja absorvido pelas plantas, diferentemente do que ocorre com uma fonte fóssil, que fica na atmosfera.
No mundo, o Brasil lidera a produção da cana-de-açúcar, com uma safra estimada em 628,1 milhões de toneladas para 2020/21, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em seguida, estão a Índia e a China.
Metade da produção está em São Paulo, seguida de Goiás e Minas Gerais.
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Diesel e biometano
As usinas de cana têm até mesmo a oportunidade de usarem o biometano no lugar do diesel em sua frota própria, máquinas e tratores, diz Nicolas Berhorst, que é gerente da área de Inteligência de Mercado do CIBiogás.